No âmbito do plano de revitalização da Baixa - Chiado recentemente apresentado, está prevista a construção da chamada "Circular das Colinas".
Esta circular, como parte importante do referido plano, corresponde ao repescar de uma ideia já com muitos anos da então designada "Primeira Circular". Esta via pretendia ser a circular interios de Lisboa, ligando as Avenidas Infante Santo, Pedro Álvares Cabral, Alexandre Herculano, Rua Conde Redondo, Rua de Angola, Avenida Coronel Eduardo Galhardo, Avenida Mouzinho de Albuquerque até à Avenida Infante D. Henrique.
Acontece que esta velha ideia é também velha no conceito, mas sobretudo desactualizada na solução de mobilidade que propõe para Lisboa.
As intervenções na cidade devem respeitar o património e as características urbanas do meio em que se inserem. Qualquer solução deve estar condicionada à preservação dessas características.
Por outro lado, as intervenções urbanas relacionadas com a mobilidade devem sempre ser, pelas razões invocadas, "ligeiras" de modo a que não se tornem agressivas.
Uma adequada política de mobilidade em Lisboa deve privilegiar o peão e a adopção de modos suaves de transportes. Também do ponto de vista ambiental as soluções devem ser adequadas.
Ora, todas as questões referidas, conduzem à reprovação da solução da construção da "Circular das Colinas" tal como está prevista. Desde logo deve ser reprovado o projectado túnel sob o recentemente renovado jardim da Estrela. Mas também todo o conceito de promoção e de prioridade do transporte automóvel nas vias referidas deve ser posto em causa tal como está preconizado no plano.